E a vaca
começou a tossir...
Teones França –
Historiador (6/1/2015)
No auge da campanha eleitoral, quando Marina Silva
ganhava espaço, Dilma, em um de seus programas, disse que a adversária
pretendia acabar com direitos do trabalhador e concluía essa ideia com a
seguinte frase: “não mexerei nos direitos trabalhistas nem que a vaca tussa!”.
Naquele momento, muitos dirigentes sindicais se entusiasmaram com essa
retórica, que apenas corroboraria a defesa que faziam do voto na candidata
petista. Mas, a vaca começou a tossir mesmo antes da posse da atual presidente
para seu segundo mandato.
A poucos dias de encerrar o ano e sob o pretexto de
fazer uma economia de 18 bilhões de Reais o governo afirmou que enviaria ao
Congresso Nacional uma Medida Provisória com mudanças no acesso ao
seguro-desemprego, ao abono salarial do PIS e ao auxílio-doença, além de
alterações nas regras das pensões.
O abono do PIS que antes correspondia a um salário
mínimo e era pago a quem trabalhasse por pelo menos um mês com carteira
assinada no ano anterior, agora passará a ser proporcional ao período
trabalhado e só terá acesso a esse benefício quem tiver trabalhado por seis
meses com carteira assinada. O trabalhador demitido poderia pleitear o
seguro-desemprego depois de seis meses na mesma empresa, mas a partir deste ano
terá que ter 18 meses no emprego na primeira solicitação. Já as pensões
deixarão de ser vitalícias para cônjuges de até 35 anos.
É apenas um prenúncio do que vem por aí. Para o
trabalhador periga essa vaca pegar uma pneumonia nos próximos quatro anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário