segunda-feira, 23 de março de 2015


E a vaca começou a tossir...

 

Teones França – Historiador   (6/1/2015)

 

                No auge da campanha eleitoral, quando Marina Silva ganhava espaço, Dilma, em um de seus programas, disse que a adversária pretendia acabar com direitos do trabalhador e concluía essa ideia com a seguinte frase: “não mexerei nos direitos trabalhistas nem que a vaca tussa!”. Naquele momento, muitos dirigentes sindicais se entusiasmaram com essa retórica, que apenas corroboraria a defesa que faziam do voto na candidata petista. Mas, a vaca começou a tossir mesmo antes da posse da atual presidente para seu segundo mandato.

                A poucos dias de encerrar o ano e sob o pretexto de fazer uma economia de 18 bilhões de Reais o governo afirmou que enviaria ao Congresso Nacional uma Medida Provisória com mudanças no acesso ao seguro-desemprego, ao abono salarial do PIS e ao auxílio-doença, além de alterações nas regras das pensões.

                O abono do PIS que antes correspondia a um salário mínimo e era pago a quem trabalhasse por pelo menos um mês com carteira assinada no ano anterior, agora passará a ser proporcional ao período trabalhado e só terá acesso a esse benefício quem tiver trabalhado por seis meses com carteira assinada. O trabalhador demitido poderia pleitear o seguro-desemprego depois de seis meses na mesma empresa, mas a partir deste ano terá que ter 18 meses no emprego na primeira solicitação. Já as pensões deixarão de ser vitalícias para cônjuges de até 35 anos.

                É apenas um prenúncio do que vem por aí. Para o trabalhador periga essa vaca pegar uma pneumonia nos próximos quatro anos.

 

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