Áudio do Programa Censura Livre de 21-09-2013, com a presença de Teones França, historiador. O tema principal foi "Novo sindicalismo - História de uma desconstrução", sobre as transformações sofridas pelo sindicalismo surgido em fins dos anos 1970 no ABC paulista.
sábado, 28 de setembro de 2013
Áudio do Programa Censura Livre sobre o livro "Novo sindicalismo - História de uma desconstrução".
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sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Livro “Novo sindicalismo no Brasil – histórico de uma desconstrução”.
Esse
livro, publicado pela editora Cortez em 2013, busca desconstruir a propalada
crise do sindicalismo que surgiu em fins da década de setenta do século passado
se autointitulando como “novo”. Se esse sindicalismo – que talvez tenha tido
sua máxima personificação na figura de Luis Inácio da Silva – tinha em seu
nascedouro uma postura extremamente crítica ao Estado e aos setores patronais
brasileiros, chegando até mesmo a levantar bandeira pelo socialismo, adentra os
anos 1990 adotando uma prática bastante diversa, privilegiando a conciliação.
É
justamente quanto a essa mudança de postura que o livro procura apontar
caminhos que possam elucidá-la melhor, partindo das análises e diferentes visões
das principais correntes sindicais que no período entre 1988 e 2000 compunham a
Central Sindical que melhor expressou esse novo sindicalismo, a CUT, sobre as
recentes transformações na produção, que chega ao Brasil a partir do governo de
Collor de Melo e sobre a gradativa institucionalização dessa Central à ordem
vigente.
Esse
retorno ao passado recente permite-nos também verificarmos a gestação de certas
propostas políticas que serão colocadas em prática pelo Executivo brasileiro
nos últimos dez anos de governo petista.
Abaixo, a orelha e a apresentação do livro
escritas, respectivamente, pelos professores Marcelo Badaró (UFF) e Ricardo
Antunes (Unicamp):
Preservou-se
muito da velha estrutura sindical atrelada ao estado, com sua feição
burocratizada e cada vez mais verticalizada; manteve-se sua dependência em relação
às verbas estatais (como o imposto sindical e FATs), para não falar da sua
conversão em participes dos fundos de pensão e seu mercado de capitais.
Um
sindicalismo negocial, cada vez mais baseado nas parcerias, acabou, finalmente,
tornando-se dominante. Foi exatamente para procurar auxiliar na compreensão
deste fenômeno que Teones França oferece o seu livro NOVO SINDICALISMO NO
BRASIL: histórico de uma desconstrução.
Voltar
“ao passado e tentar encontrar pistas para a explicação de indagações postas pelo
presente” foi, como diz o autor, seu objetivo primeiro. Empreitada necessária
para todo/as que querem fazer florescer outro tipo de sindicalismo.
Ricardo Antunes (Prof. da
Unicamp).
Aqueles
que como eu conheceram o sindicalismo brasileiro nos anos 1980 acostumaram-se a
ver um polo mais combativo, com um discurso fortemente marcado pela defesa da
autonomia de classe perante o Estado e os interesses patronais. Aquele polo,
responsável por milhares de greves, tinha uma direção claramente identificada
na CUT. Isso deve ser difícil de acreditar para um observador que só tenha sido
apresentado ao sindicalismo cutista nestes nossos tempos de comportamento
“colaborativo” com o governo e os patrões. O livro de Teones França é uma
leitura obrigatória para quem quer entender as razões de tal contraste. Das
condições materiais da chamada reestruturação produtiva, aos fatores da
subjetividade política das lideranças que explicam a mudança nas relações com o
Estado, sem descuidar dos referenciais que o ajudam a entender o potencial e os
limites do sindicalismo, Teones nos apresenta um roteiro fundamental para
compreendermos para onde foi o novo sindicalismo.
Marcelo Badaró Mattos (prof. da
UFF).
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História e mundo do trabalho: teoria, debates e práxis marxistas.
Nos últimos anos a luta de
classes mundial tem dado mostras de que é cada vez mais necessária a unidade no
campo da ação dos movimentos sociais identificados com a proposta socialista e
que sigam acreditando na necessidade/possibilidade de uma sociedade para além
do capital.
As
mobilizações recentes na Espanha, Turquia, Grécia, no mundo árabe e mesmo no
Brasil têm apontado nesse caminho, ou seja, apesar de suas lutas específicas,
trabalhadores, estudantes e movimento popular precisam caminhar unidos na defesa
de reivindicações mais amplas e anticapitalistas.
O
blog “História e Mundo do trabalho” origina-se dessa perspectiva principal,
objetivando ser um lócus que propicie o debate para intelectuais e ativistas de
todos os movimentos sociais que enxerguem a sociedade a partir do referencial
marxista, entendendo que a luta de classes ainda é o motor impulsionador das
transformações sociais.
Enfim,
é mais um canal para ser utilizado por aqueles que norteiem sua práxis tendo em
vista a organização da classe trabalhadora e a construção de um mundo
socialista.
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