Vimos,
assim, que política e futebol sempre andaram de mãos dadas e, ao contrário do que
pensam os ingênuos, há muito mais coisas envolvidas numa partida de futebol do
que entretenimento. Oitenta e quatro anos depois da disputa do primeiro
Mundial, o campeonato de futebol aterrissa em terras brasileiras novamente,
apresentando um cenário que demonstra muitas continuidades com o que era
observado na década de 1930: o racismo ainda está presente em muitos estádios
de futebol mundo afora, dando mostra de que esse esporte é um espelho que
reflete valores contidos na sociedade. Não é de estranhar que o ideal nazista
ainda encontre seguidores, como o jogador da seleção croata, Josep Simunic,
suspenso pela Fifa por dez jogos sob a acusação de ter entoado cânticos
hitleristas após a classificação de sua seleção para o mundial deste ano e, por
isso, está fora da copa.
O que mudou
bastante em comparação às primeiras copas foram os gastos para a sua
realização. A copa do mundo do Brasil será a mais cara da história. Apenas em
estádios deve-se gastar mais de dez bilhões de Reais, enquanto a Alemanha, em
2006, gastou a quarta parte desse valor. No total a gastança deverá atingir
valor superior a trinta bilhões, sendo que mais de 90% desse montante terão
saído dos cofres públicos. No entanto, se estes ficarão vazios, os bolsos de
empreiteiras e da própria Fifa ficarão abarrotados de dólares. O legado da copa
de 2014 beneficiará poucos privilegiados.
Para
um reduzido grupo de pessoas (Fifa, donos de times, jogadores de ponta, TV’s,
patrocinadores) o futebol é cada vez mais rentável, alimentado pela paixão de
milhões de pessoas carentes
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